Mudança radical!
Tempo de mudanças?
Como já relatei no meu perfil sou formada em Medicina
Veterinária, era meu sonho desde a infância. Além dos cinco anos de faculdade,
trabalhei cerca de seis anos e meio na área.
No terceiro ano do curso fiquei um pouco desanimada,
algumas vezes até pensei em desistir, estava achando tudo muito puxado, havia
uma certa insatisfação que eu não sabia exatamente o que era.
Assim que me formei recebi algumas propostas e comecei a
trabalhar. Que felicidade, estava trabalhando, exercendo finalmente meu sonho,
agora ele havia se realizado de fato! Mas com o passar do tempo foi chegando
novamente um desânimo, as condições de trabalho não eram como eu esperava, o
retorno financeiro muito menos... Fiz outra faculdade, mas desta vez foi
totalmente no impulso, fiquei sabendo do vestibular no penúltimo dia de
inscrição, como era uma universidade pública e à distância, portanto, eu não
teria nenhum gasto e não precisaria parar minhas atividades, não tinha nada a
perder, porém só havia uma opção de curso Administração Pública, mas enfim,
como diz meu pai, estudo nunca é demais!
Cada vez mais insatisfeita, eu pensava: “Não sei fazer
outra coisa na vida, a não ser clinicar, e ainda como vou jogar todos esses
anos da minha vida fora? E o pior, e o investimento que meu pai fez em mim durante
todo o tempo?”, tudo isso me martirizou durante bastante tempo, mas uma vez
conversando com minha amiga que trabalhava comigo, que também estava
insatisfeita ela me disse: “Se um dia a Vitória (filha) tiver feito faculdade,
mas depois ela descobrir que não era isso que ela queria, jamais vou ficar
triste se ela quiser desistir; somos tão jovens, e inexperientes quando vamos
escolher uma profissão, como saber se é a carreira certa? Muitos acertam de
primeira, outros não...”. Essa frase me tocou bastante.
Conversei com meu pai, que aceitou numa boa! Voltei a
trabalhar com ele (antes da faculdade era com ele que eu trabalhava), mas ainda
sem rumo. Aí surgiu um convite para trabalhar em outra clínica, resolvi
aceitar, afinal, uma mudança de ambiente poderia me animar; mas foi totalmente
contrário, só me confirmou que eu não queria mais trabalhar como veterinária.
Então chegou o período de estágio obrigatório da faculdade,
e fiz dois anos. Acabou o estágio, acabou a remuneração, não queria voltar a
trabalhar com meu pai, e a questão “não sei fazer nada” voltou à tona.
Eu orava pedia direção a Deus, o que fazer??? Estava completamente
sem rumo...
Gosto muito de bolsas, aliás não só bolsa, mas roupas,
sapatos, acessórios, etc, etc, apesar que qual mulher não gosta, né? Mas um dia
estava sozinha em casa, resolvi vou fazer uma bolsa. Nunca tinha costurado
antes, nem mexido na máquina da minha mãe. Desenhei o molde, peguei alguns
tecidos dela e “tchan tchan” a bolsa estava pronta. Modéstia a parte, ficou
boa!
Fiz uma pra uma amiga de presente de aniversário, a chefe
dela viu, encomendou uma igual (mas depois da bolsa pronta ela desistiu...),
mas enfim, fui fazendo, vendendo uma aqui, outra ali...
Eu ainda estava bastante insegura, mas isso começou a se
tornar um sonho, que eu começava a vislumbrar, mas continuava orando, e um dia
num culto, o pastor abriu um parênteses na ministração e começou a falar sobre
os sonhos, e foi exatamente como eu me sentia!
Segui fazendo as bolsas... mas ainda desanimada, as coisas
ainda não estavam com eu esperava. No meu aniversário, pedi a Deus que me
confirmasse se era pra continuar ou desistir e a resposta foi: “a promessa que
foi feita lá atrás, continua valendo!”.
Então prossigo fazendo bolsas, sonhando em crescer cada vez
mais! E um detalhe, meu pai me dá o maior apoio, nem esperava, pois a princípio
parece um ramo um tanto quanto... fútil, ainda mais pra ele que acha que o tema
Moda seja pura vaidade humana.
No entanto, algumas coisas foram decisivas na minha decisão,
embora eu não tenha citado antes. Alguns pontos facilitaram muito: não tenho
filhos, não tenho despesas como aluguel ou algum financiamento, etc. Fazer uma
reserva financeira também é importante (embora eu não tenha feito, mas quitei
todas as minhas dívidas antes de parar).
Cada caso é um caso, é preciso pensar bastante os prós e contras,
afinal trabalhar só por obrigação, por dinheiro é muito triste. Hoje minha
carga horária é muito maior, mas é gratificante! E agora nessa fase da minha
vida, é diferente da realização daquela jovem de dez anos atrás.
Espero que tenha ajudado com a minha experiência...
“Quem fica
observando o vento não plantará, e quem fica olhando para as nuvens não colherá.” Eclesiastes 11.4
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